Este mês, conversamos com o produtor financeiro do CD “Sementes de Amor em Betânia”, o Sérgio da Pena, que nos contou um pouco de como foi realizar esse trabalho em parceria com a Casa de Betânia.
Sergio da Pena: Eu fui coordenador da Pastoral da Alegria durante 33 ou 34 anos e ajudei em muitas coisas aqui na paróquia, principalmente na construção e obra do Loretão. Nós, há dois anos atrás gravamos o CD Sementes de Amor, que foi um sucesso, quando colocamos a gravação para os paroquianos. Fizemos em torno de 1000 CD’s e vendemos todos. E esse ano, quando Betânia completa 15 anos aqui em Jacarepaguá, o Acyr e o Tuninho acharam por bem colocar o CD em Betânia – Sementes do Amor em Betânia. Para que ficasse algo proporcional para a paróquia, convidamos as bandas que tocam nas missas de sábado e domingo para gravar algumas músicas. Graças a Deus podemos dizer que tivemos sucesso, pois já gravamos, lançamos e entregamos a Betânia cerca de 900 CD, com a arrecadação totalmente voltada para eles, para que eles possam, nessa comemoração de 15 anos, usufruir desse valor. Em nenhum dos dois CD’s nós tivemos fins lucrativos. O intuito é apresentar.
Qual era o objetivo maior desse trabalho?
Sergio: Nós temos aqui o Tuninho da Fátima que faz letras com uma facilidade incrível. Ele passou essas letras para o Acyr, para colocar as músicas. Em uma reunião na minha casa, começamos a ouvir e eu falei em gravarmos o CD. Eu saí atrás dos recursos, conseguimos os mesmos e gravamos o CD. A proposta nossa era colocar algo diferente dentro de nossa paróquia e conseguimos isso com o primeiro CD. O lançamento foi um sucesso. Depois fomos inclusive participar de festividades em outras paróquias. Mas nosso intuito não era ter lucro com isso, tanto que deixamos alguns CD’s aqui na paróquia, entregamos alguns para os músicos que gravaram, para que cada um distribuísse da forma que melhor quisesse. A linha era que a paróquia tivesse um CD de músicas nossas e conseguimos isso tanto com o primeiro CD, quanto agora com esse de Betânia.
Como foi trabalhar com Betânia nesse CD?
Sergio: Isso foi, para nós, altamente gratificante, pois quem conhece Betânia sabe do seu propósito. A inclusão social hoje é um fato notório e o trabalho de Betânia tem que ser altamente enaltecido através da irmã Elci. Betânia tem uma atividade muito grande. Se você for procurar, tem profissionais de todas as áreas ali focados na inclusão social, e tem na proposta do CD, a primeira música que é composição deles. Além dessa, também tem a última música que é o agradecimento. Isso prá não falar da arte da capa do CD que é também da casa de Betânia. Essa foi a participação deles e teve uma importância muito grande para eles.
E como é a história do CD ter chegado a Roma?
Dom Orani tem constantemente estado aqui em Betânia e em uma dessas visitas a irmã ofereceu o CD para ele. Quando do lançamento do CD, que foi realizado na Tijuca, Dom Orani não pode estar e o Bispo que estava presente, representando-o, recebeu o CD em nome de Dom Orani com a promessa de que iria levar para Roma. Alguém da Arquidiocese que já viajou está em Roma e com certeza o nosso CD está lá. Só não sei se já chegou na mão do Papa, mas acredito que sim.
A música tem o poder de ir a lugares que não podemos chegar?
Sim, nós pensamos nisso, haja visto que não paramos com o CD aqui em Betânia não. Nós vamos agora, no período da quaresma, tentar um movimento fora da paróquia. Nós estamos planejando ir a São Paulo, vamos visitar os setores principais da música católica, a Canção Nova. Estamos tentando o Padre Fábio de Melo, o Padre Marcelo Rossi. Não é nossa pretensão ter uma figura expoente para gravar nossa música, mas que entendam o nosso trabalho. Com o outro CD nós fomos para o festival de São Paulo, chegamos até a segunda fase. Esse de Betânia nós vamos tentar a mesma coisa. A música traz uma série de coisas, principalmente de alegria e o momento que você pode ter de reflexão, que você pode usar como pretexto para aquilo que você quer para o seu interior. O nosso CD está nessa base, ainda mais quando está trabalhando sobre a inclusão social
Como foi organizar as festas para lançar o CD e captar recursos para o projeto?
Na lona cultural nós tivemos dois paroquianos, que são novos e que através de conhecimento conseguiram a Lona Cultural com participação de um percentual para a Lona. Foi legal porque apesar de ter recebido um público menor do que esperávamos, foi um bom público para o calor de 40 graus e um espetáculo lindo. Tanto que o responsável pela Lona, ao final da noite, vendo nossa participação para o que era o objetivo do evento, nos cedeu também o percentual destinado à casa. Foi bonito porque inclusive tivemos uma repercussão em jornais do bairro, além da participação de pessoas que não conheciam a paróquia e muito menos o trabalho que era desenvolvido em Betânia e que hoje ajudam o projeto de várias formas. É esse o nosso propósito. A música traz uma série de caminhos pra você participar. Você não precisa nem gostar, mas você comprou, já ajudou e a proposta de trabalhar a inclusão social é isso, a participação. Essa é a nossa proposta e vamos ver se sai o terceiro.
Quais são os próximos planos na área musical, que vocês estão pensando?
Betânia entra na comemoração de 15 anos agora em Junho e nós vamos trabalhar a nível de festividades, mas não vamos nos afastar do CD. Em todas as festividades estaremos com o CD, já que muita gente nova vem aos eventos e não o conhece, pelo menos por um ano nós vamos trabalhar o CD. Mais à frente é que vamos tentar algumas outras coisas. O legal é que a irmã aproveita muito bem, pois tem um tipo de maestro que trabalha junto com o pessoal e coloca todos para trabalharem por lá.
Aproveito para chamar mais a atenção da comunidade para a razão maior desse CD estar “Em Betania”: é para que mais pessoas possam colaborar com a obra que é realizada em Betânia.