A maternidade é um dom de Deus e um processo que se estende ao longo da vida. Porém, nem toda mulher é mãe, necessariamente.
Ser a mãe de Jesus não deve ter sido nada fácil para Mana. O contexto no qual ela estava inserida atesta-o. Numa sociedade fundamentalmente patriarcal, ter um filho, ainda solteira era um delito grave. Mesmo animada pela fé e confiança na Palavra de Deus, Mana assume uma caminhada que não sabia ao certo aonde iria.
Dúvidas fazem parte do itinerário da fé que empreendemos. Não foi diferente com Maria, completa.
O lugar de Mãe nos ajuda a sentir maior proximidade de Maria, muito embora a tendência maior seja a de olhar para Maria Mãe mais na perspectiva da santidade e de seu poder de intercessão. Esquecemo-nos, com facilidade, de que, como Mãe, Maria teve alegrias e dificuldades. Também passou por muitas noites escuras. Isso porque a dúvida e a insegurança podem ajudar a abrir-nos mais à ação de Deus em nós e a reconhecer que nossas fibras vêm dele, e não de nós mesmos.
A Palavra de Deus afirma que Jesus passou por toda a parte fazendo o bem. Por ter sido educado por Maria, ele certamente tinha em si muito de sua Mãe. Logo, é possível dizer que, como mãe, Maria participa diretamente da manifestação do amor que Deus tem para com as pessoas, por meio de Jesus. Nessa participação ativa, ela é solidária com os vitimados deste mundo, aqueles cuja vida e morte prematura denunciam a injustiça e o pecado. Destes, Maria é companheira até o fim, como o fez com Jesus. “Nesse ponto, sem excluir as dimensões de mulher e mãe, Maria é convidada a integrar, em sua caminhada de fé, uma outra realidade: ser discípula do seu Filho, talvez a parte mais exigente em sua relação com Jesus.
Cida Morais (do Jornal Opimião)